quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer - e respondo a toda essa infâmia com - exatamente isso que vai ficar agora escrito - e respondo a toda essa infâmia com a alegria. Puríssima e levíssima alegria. A minha única salvação é a alegria.

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Que venha 2009

Mudam-se datas, nomes, lugares e contexto mas no fim, a história (ou seria estória?) é sempre a mesma...

Naquele último dia do verão de 1950 - eu também acabava de fazer 15 anos -, começou para mim a vida real, aquela que discrimina os castelos no ar, miragens e fábulas da crua realidade. (p.19)

Era um rapaz magro e alto, com pele cor de ébano claro e um sorriso que exibia toda a sua magnífica dentadura. Assim como podia discutir temas políticos durante horas, com grande solvência intelectual, também era capaz de mergulhar em apaixonantes diálogos sobre literatura, arte ou esportes, especialmente o futebol e as façanhas do seu time. Em sua maneira de ser havia algo que contagiava todo o entusiasmo, o idealismo, o despreendimento e o mordaz senso de justiça que orientavam a sua vida, coisa que não creio ter visto - pelo menos de maneira tão genuína - em qualquer outro dos revolucionários que passavam por Paris nos anos 60. (p.37)


(Travessuras da menina má - Mario Vargas Llosa)